Soneto da dúvida

Ando no mundo, tanto tempo passado,

Num viver de apressado, galopante,

Como anão com passos de gigante,

Como quem se procura desencontrado.


Corro em frente a um destino mais além

Sem alcançar o tempo que avança lá à frente

Numa ânsia desejada, louca, premente,

Desilusão de quem  tudo tendo  nada tem.


Serei eu, afinal, nesta corrida sem meta,

Não mais que o rasto brilhante de cometa,

Uma pedra atraída como ao planeta a lua?


Ou talvez, ave sem ninho, besta sem covil,

Um banal cidadão, homem igual a outros mil

Ou somente um caminhante que avança sem rua?

Sem comentários:

Enviar um comentário

O autor optou por moderar os comentários.