Em meio século tanta coisa mudou
Numa vivência livre, sem cela,
Ali, na sombra solene da capela,
Ponto de partida do quanto sou.
Tanta coisa coisa já desaparecida:
As crianças, o recreio, a escola,
O monte livre, rude campo da bola,
Os grilos na toca na relva escondida.
Mas há a sombra do velho sobreiro,
Figura austera, dono desse monte,
Confidente, amigo, ou só companheiro.
Mas do tempo já passado a memória,
Embalada no canto da fresca fonte,
Ressoa no presente em hino de glória.
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