A curva do tempo

Passei a curva do tempo,
A correr,
Num plano cintilante
Como que a obscurecer
O que me espera adiante.
Pode ser uma encosta
Onde o declive do tempo
Me empurra para o fim do nada
Ou, se, calhar,
Num voo de fada,
Para um vale manso
Florido, verde e bonito
Onde um rio de sede
Serpenteia no infinito.
Não importa, sim, não importa,
Tentar recuar, como que a recusar
O destino.
Agora, tão pouca basta: É erguer a fronte,
Caminhar caminhando,
Transpor a curva do tempo,
Na serena descoberta
Do que me resta,
Do que me espera p´ra lá daquele monte.

Sem comentários:

Enviar um comentário

O autor optou por moderar os comentários.